*Publicado originalmente no portal Meio & Mensagem: MWC – Mobile World Congress – O maior evento de mobile do mundo
Aceleração do 5G, desligamentos das redes 3G e 4G, tecnologia imersiva, OpenNet, fintech e internet of everything
Entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, a cidade de Barcelona, na Espanha, vai receber o principal evento de conectividade do planeta. O Mobile World Congress 2023 promete reunir mais de 80 mil participantes de centenas de países. É uma grande oportunidade de estar conectado com ideias e projetos dos mais renomados expositores e empresas do ramo.
A edição deste ano irá abordar diversos temas, com foco voltado não somente a players ligados com a tecnologia mobile, mas para além dela. Um dos destaques é quanto à aceleração do 5G. Para se ter uma ideia da realidade brasileira, até o ano passado o país ainda não tinha se conectado à essa tecnologia e hoje já se fala em avanços para o 6G.
Também deve ser debatido o desligamento das redes 3G e 4G, muito embora ainda acho precipitada qualquer discussão nesse sentido no Brasil. Seja por tamanho de bases instaladas ou capacidade de cobertura por 5G, no meu dia a dia, por exemplo, ainda boa parte do tempo utilizo a conexão 4G.
Outro ponto de atenção para o MWC 2023 é como a tecnologia imersiva e o 5G estão mudando nossa maneira de viver, trabalhar e consumir informação e mídia. Na minha visão, o que é considerado equivalente, é a realidade aumentada e muito ligada à como o 5G está proporcionando que as tecnologias evoluam com essa experiência diferenciada.
A saída do tema CloudNet para a entrada do OpenNet também deve ser um assunto a ser discutido. Essa ênfase no open proporciona uma maior integração de hardwares de diferentes fabricantes, além de que protocolos abertos tendem a ser a prova do futuro, porque dão maior autonomia e possibilidade de otimização de custos de implementação para quem está montando a rede. No caso do MWC um dos públicos mais impactados positivamente são as operadoras de telecom.
Fintech, embora pareça ser um tema um pouco distante de mobile, vem ganhando cada vez mais espaço, e se mantém como um dos assuntos de destaque do evento. Aqui estamos falando, em especial, do surgimento de tokens não fungíveis, criptomoedas e blockchain. As fintechs dependem muito dessa tecnologia e da conexão 5G e 6G, que têm capacidade de agregar mais valor e capacidade de tráfego de dados, com um ponto superimportante para esses mercados: a baixa latência.
Na temática sobre tudo digital, o evento evoluiu o conceito de internet de tudo (Internet of Everything), destaque na edição de 2020, para tudo digital. No meu ponto de vista, a evolução do conceito é um amadurecimento que transfere o foco de conectar as coisas para uma visão muito mais ampla, focada na entrega de valor que o digital pode oferecer, abrindo novas possibilidades para indústrias, que vão desde entretenimento, manufatura e mobilidade inteligente. Por exemplo, ouvimos muito sobre gêmeos digitais para facilitar estratégias dentro da indústria.
Essa é a minha terceira edição como participante, e a cada ano percebo que o MWC tem se reinventado e evoluído. Isso é um ponto extremamente relevante se tratando de um evento que poderia ter mantido viés em infraestrutura, operadoras etc. Além de um pavilhão com foco em inovação e tecnologias futuras – 4YFN –, vejo o evento também virando uma plataforma de evolução e exportação de tecnologias de diversos países.
Andando pelo espaço, cruzamos por diversos estandes de agências de promoção de exportação e investimentos de países, como Reino Unido, Israel, Argentina, Alemanha, entre muitos outros, que usam o evento para apresentar globalmente uma seleção de tecnologias que o país desenvolve e entende ter potencial global.
Em geral, são estandes com diversas empresas, muitas delas startups que talvez não conseguissem participar como expositoras de um evento desse porte, e que tem a oportunidade de mostrar suas tecnologias e validar potencial de mercado em escala global.
A presença do Brasil é marcada através do Projeto Brasil IT+, desenvolvido pela Softex e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que estão viabilizando a presença de 20 empresas nacionais. Uma dessas empresas é a Pulsus, startup brasileira referência em soluções de gerenciamento de dispositivos móveis, e uma das 10 globais com o selo Android Enterprise Recommended, da Google.
É uma grande oportunidade de mostrar a força que essas tecnologias nacionais podem gerar para o mundo, e um orgulho para nós brasileiros estarmos em um evento dessa magnitude, mostrando nossa capacidade de impactar a nível global. Aproveito para convidar todos a embarcar nessa jornada comigo. Até breve!